Quando de nossa visita a Machado, em busca das velhas histórias de nosso pai, tivemos a grata surpresa de encontrar na cidade um homem que disse haver-se espelhado na figura do combativo Geraldo Luiz, de quem foi aluno, e que nos deu um exemplo de que a história de um homem valoroso e lutador se repetia.
Nosso pai, o professor Geraldo Luiz, saiu da mais humilde classe social: ex-bóia-fria, analfabeto até os 18 anos, tornou-se professor, jornalista, radialista e vereador em Machado, onde morou de 1951 a 1961. Em Belo Horizonte, continuou uma carreira de professor, dando a seus filhos exemplo de valor e de coragem.
Em 1957, quando da fundação do jornal O Machadense, trabalhava na gráfica, montando os linotipos, um menino de mais ou menos dez anos, negro, simples, mas já com uma inteligência brilhante, estudante do Colégio La Salle. Esse garoto humilde admirava a luta empreendida por Abel Faleiro, Geraldo Luiz Costa e José Pedro Filho, na defesa dos mais fracos e da verdade veiculada pela imprensa.
Pois esse menino estudou, cursou a faculdade, fundou um jornal, ajudou a fundar uma Faculdade e, hoje, dirige o jornal Folha Machadense com a mesma coragem e intrepidez de seus antigos líderes. Proprietário de uma gráfica, é responsável, juntamente com sua família, pela editoração de diversas revistas de interesse da cidade. Enfrenta, ainda nos albores no novo século, as mesmas forças de poder que tentaram no passado e ainda tentam no presente calar a verdade jornalística, para defender interesses políticos.
Vimos nos olhos do Professor José Vítor o brilho do entusiasmo, do ideal e do ardor em favor da comunidade. E pensamos conosco: se nosso pai estivesse aqui, estaria muito orgulhoso, porque o seu trabalho e o seu ideal não morreram com ele, permanecem naqueles que ainda acreditam na cidadania e no trabalho em defesa da cultura e de uma sociedade mais justa.
15/10;2008
Sandra Diniz Costa
Filha de Geraldo Luiz Costa, professora em Uberlândia.
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